Estou desde manhã pensando no que escrever, como escrever, quanto escrever ...e ainda não escrevi. Já passou da hora do centenário, mas foi o momento em que pude sentar e tentar colocar em palavras o meu amor por esse time, essa instituição, esse manto chamado: SOCIEDADE ESPORTIVA PALMEIRAS.
Minha relação com o Palmeiras começou exatamente em 17 de julho de 1975, ou seja, quando nasci. Segundo meu pai, das duas opções que ele me deu: camisa verde ou a camisa branca do verdão, escolhi a verde, amor antigo !
Agora as minhas primeiras lembranças são de 1982, ano em que o Palmeiras começou a sair da lama em que se metera entre 80 e 81, chegando às semifinais do Paulista desse ano, com alguns jogos bem legais, apesar de levar uma sapatada do São Paulo no meio do caminho.O Paulistão foi vencido pelo Corinthians e me lembro bem da final, em que venceram o São Paulo, pois meu avô materno era são paulino e havia falecido há pouco e imaginava que ele estava triste vendo o time dele sendo derrotado.
Porém o marco zero para mim é o dia 26/02/1983, um sábado à noite, aos 7 anos de idade foi o primeiro jogo que lembro de ter ido. Na minha cabeça lembro que era estréia do Batista, volante, craque do Inter e que estava fazendo uma ponte (bem tradicional nos anos 80), transferindo-se para a Lazio da Itália e ficaria alguns meses no Palmeiras. O artilheiro da noite foi o artilheiro Carlos Alberto Seixas, que fez muitos gols pelo Verdão e depois lembro dele no Mogi Mirim, quando eles surgiram pela primeira vez na primeira divisão do Paulista, acho que em 87. Aqui algumas lembranças desse jogo:
Chupado do Futpedia:
40
Luís Pereira, Enéas, Carlos Alberto Seixas (2)
chocolate
, Morumbi - São Paulo, SP
O Palmeiras aplicou uma goleada sobre o Bahia (4 a 0), no Morumbi, valendo pela Primeira fase do Campeonato Brasileiro 1983. O placar foi construído por Luís Pereira, Enéas e Carlos Alberto Seixas (2). Um jogador foi expulso: Helinho do Bahia. Com este placar, o Palmeiras completou 10 jogos sem perder para o rival no Brasileiro Unificado.
Palmeiras
TECRubens Minelli- GOLJoão Marcos
- DEFLuís Pereira
- LATCarlão
- LATPerivaldo
- LATNenê
- MEICarlos Alberto Borges
- MEIJorginho Putinatti
- MEI
- MEI
- MEIBatista
- ATA
- MEI
- ATACarlos Henrique
Bahia
TECCarlos Froner- GOLRonaldo
- DEF
- DEF
- DEFZé Augusto
- LATEdinho
- MEIHelinho
- MEIWashington
- MEILeo Oliveira
- MEI
- MEI
- MEISena
- MEISabino
- ATARobson
até este jogo
O histórico de jogos até 26/02/1983, Brasileiro Unificado:
12 jogos
12 jogos
quem mais venceu
quem mais marcou gols
Publicidade
Ainda nesse início nos estádios há a primeira decepção, a derrota na semifinais do Paulista para o Corinthians, que viria a ser bi-campeão, numa quarta-feira à noite, gol do Sócrates, depois do Palmeiras perder uma tonelada de gols. Lembro do estádio lotadaço e de perder o meu boné branco do Banespa na saída apertada do Morumbi.
Em 1984 lembro que o Palmeiras montou um timaço, trazendo o Rei do Gatilho, como meu pai chamava o Mário Sérgio, que tinha esse apelido porque parece que uma vez ele puxou uma arma para fora do ônibus de algum clube em que ele jogava ...rs. Parecia que finalmente sairíamos daquela interminável fila de 8 anos, estávamos na frente naquele paulistão de pontos corridos e nada nos deteria, até aquele domingo, em que vencemos o São Paulo de virada no Morumbi, fui nesse jogo com meu pai, lembro do quebra-pau que rolou ao final do jogo e daí a certeza do título, que furou apenas alguns dias, até que saiu o resultado do anti-doping e o Mário Sérgio foi pelo pelo chefe da antidopagem, Dr. Osmar de Oliveira e se não me engano, além da suspensão, o Palmeiras perdeu os pontos do jogo e daí faltavam poucas rodadas e o time se abateu e acabou não conseguindo o título, que ficou com o Santos de Chulapa.
Em 86 foi o mais próximo que nos chegamos do fim da fila, um Paulistão muito bom, com um timaço, com um ataque que tinha Mirandinha, Edmar e Éder. A semifinal histórica e heróica contra o Corinthians, que havia roubado e vencido o primeiro jogo () e entrava por um empate naquela quarta-feira à noite, não pude ir no jogo porque no dia seguinte tinha aula cedo e meu pai não quis me levar no jogo. Então lá fiquei eu quietinho sentado na minha cama, ouvindo o jogo com o som baixo do meu radinho de pilha, para que meus pais não soubessem que eu estava acordado ainda, acho que o jogo não estava sendo transmitido pela tv e nada de sair gol, eu ajoelhado ao lado da cama e rezando, chorando e o 0x0 classificando os gambás, que desespero, era 41 do segundo tempo, falta para o Palmeiras, o Jorginho cobra a falta, o lateral uruguaio Diogo cabeceia, o Carlos rebate e a bola bate no Mirandinha e entra ... PQP ...eu saí gritando gol pela casa, chorando, coração disparado (minha mãe tinha medo que eu tivesse algum treco, de tão nervoso que eu ficava nos jogos do Palmeiras, tanto que um dos motivos de estar ouvindo escondido era esse...), aquele susto em todos e daí me mandaram ir dormir.
Com isso o jogo foi para a prorrogação e nela o Palmeiras jogava pelo empate, mas daí virou história para mim, pois só soube do placar final no dia seguinte quando acordei. Puta merda, finalmente em uma final de Campeonato Paulista !!!! E ainda contra um time do interior, que apesar de ter feito a melhor campanha disparado da primeira fase e ter atropelado o Santos na semifinal, era uma porra de um time do interior !!!
Conseguimos ir ao primeiro jogo, Morumbi lotado, aquela espectativa, meu pai conseguiu comprar ingressos para um suado 0x0.
E novamente, uma quarta-feira e eu dancei, não consegui ir ao jogo por causa da escola ...rs, mas como era final, meus pais deixaram eu ver o jogo ...havia uma espectativa enorme no ar, pois o Carbone, técnico do Palmeiras e um dos primeiros que eu admirava pela forma como colocava o time para atacar sempre, não tinha confirmado Mirandinha e Edmar juntos, pois estavam brigando direto e atrapalhando o rendimento do time, mas não tinha outra alternativa e entrou com os dois em campo.
Bom, foi um puta jogo, muitas chances para os dois lados, a Inter de Limeira com um técnico fodidaço, que era o Pepe, com um time com bons e experientes jogadores, como o Gilberto Costa e o Kita, revelações como o Tato e o Lê, zagueiro fortes e firmes, como o Bolivar (pai do Bolivar do Inter de Porto Alegre), entre outros, incluindo o goleiro, Silas, que eu conhecia da época em que eu frequentava os treinos do MAC, no Bento de Abreu Sampaio Vidal em Marília...rs. Foi inesquecível, a cagada do Denys e o gol que praticamente deu o título para a Inter, mas um lance que me marcou muito foi no finzinho do jogo (mais ou menos 1h:33min do vídeo abaixo), não lembro quem chuta de fora da área, o Silas, que apanhou muuuito no jogo rebate a bola e o Mendonça (outro craque) que entrara no segundo tempo cabeceia sem goleiro, lembro que eu saí gritando gol pela casa e quando volto para a sala, vejo os jogadores da Inter comemorando ... a bola tinha saído, eu não acreditava, tinha sido gol ...mas, não ...rs. Nossa, o que eu chorei, chorei ... imaginava que nunca seria campeão !!!
E o término de 1986 foi meio que o fim de uma era para mim, pois uma geração de craques tentaram dar o título ao Verdão e não conseguiram e foram saindo. Então quando falamos dos craques que vimos jogar, eu não me esqueço dessa turma que acompanhei com extrema paixão, infantil, mas que era minha vida, que me fazia sofrer, chorar, gritar, ficar bravo, feliz, esperançoso. Por isso Jorginho, hoje conhecido como Jorginho Putinatti, maior craque dessa fase, jogava com a 7, 8, 11, não me lembro dele com a 10, que pertencia a jogadores meia-bocas como Carlos Alberto Borges, Aragonez (beeeem antes de Marcelo Moreno, Pablo Escobar, Arce, havia esse "craque" boliviano...rs), entre outras pérolas, talvez o único que pode ter rivalizado (nem tanto) com o Jorginho nesse posto de craque e ídolo, foi o Edu Manga, que ocupou a 10 por alguns anos e se não me engano surgiu nesse time de 86. Mas, enfim, o Jorginho Pé-Frio, foi o craque maior dessa geração, que ainda tinha uma das melhores duplas de zaga que eu vi no Verdão: Márcio e Wagner Bacharel, nosso eterno capitão, grande figura. Lembro que nos escanteios que o Jorginho batia, diziam: escanteio para o Palmeiras, perigo constante !!! E era isso, a melhor jogada ensaiada do Verdão durante alguns anos era o cruzamento do Jorginho no segundo pau para o Wagner ou para o Márcio, muuuitos gols saiam dessa jogava, tinha o Diogo, o uruguaio que jogava tanto na lateral direita como na esquerda e que muito antes do Roberto Carlos, jogava a bola na área com seus laterais, inclusive fazendo o Palmeiras mudar as dimensões da lateral do Parque Antártica para favorecer essa jogada. O Mirandinha também faz parte da minha memória afeitva dessa época, jogou muito e fez muitos gols.
Era engraçado, todo início de temporada o Palmeiras e mesmo os outros grandes de São Paulo apresentavam o seu "pacotão" de jogadores para a temporada, então a cada nova temporada havia essa espectativa para a apresentação dos craques. Alguns anos eram bons, outros mais ou menos, em um dos anos mais ou menos, o Palmeiras trouxe um centroavante do Santo André, o Gaúcho, que ficou marcado em um jogo contra o Flamengo, era o Brasileiro de 88 e inventaram uma decisão por penaltis caso os jogos terminassem empatados, e nesse jogo, o Palmeiras tinha um ponta esquerda, o Mauro, que o Palmeiras trouxa a peso de ouro da Ponte Preta e que não conseguia se firmar de jeito nenhum e nesse dia ele jogou muito e fez um gol, que ia dando a vitória para o Palmeiras, daí perto do fim, o Bebeto dividiu com o Zetti e quebrou a perna do goleiro do Palmeiras, como já havia feito todas as substituições, o Gaúcho botou a camisa de goleiro e foi para o gol, sem luvas. Na primeira bola, gol do Flamengo ...rs, mas ele ainda fez algumas defesas. Decisão por penaltis e lá vai o Gaúcho, que confere o seu (grande cobrador) e defende 2 penais do Flamengo, saindo consagrado e ninguém mais lembrou que o Mauro fez ali talvez seu único bom jogo pelo Verdão ...rs
Bom, daí em 89 veio um pacote caprichado e sob comando do grande ídolo Leão, que estava começando a se destacar como técnico. Finalmente trouxemos o Mauricinho, baixinho ponta direita que foi revelado pelo Comercial de Ribeirão Preto e depois se destacou no Vasco e sempre foi sonho de consumo do Verdão, veio o Neto, tinha o Edu Manga, veio o Junior (atual Dorival Junior), entre outros, após uma grande campanha, onde ficou invicto por 20 jogos, ganhando a taça dos invictos, eis que encaramos um time do interior e sensação, o Bragantino e numa partida desastrosa, perdemos e somos eliminados na segunda fase, ficando em segundo no grupo.
Depois disso ainda tivemos alguns bons momentos, como em 90, com o Telê no comando e perdemos para o Novorizontino no Pacaembú e perdemos a chance de disputar a final contra o Bragantino, em 91 em que ficamos empatados com o São Paulo, que vinha da série B e teve a vantagem do empate contra um time da série A, e ficamos de fora da final também, mas nada além disso ... apesar de que em 91 marca o ano da chegada de dois craques que seriam fundamentais para o futuro do Palmeiras: Evair, que atuava pela Atalanta da Itália e foi trocado pelo Careca Bianchezz e o César Sampaio, revelado pelo Santos e contratado a peso de ouro no pacotão do Verdão.
Nesse período de vacas magras e fila, eu vi muitos craques, outros jogadores bizarros, grandes treinadores, jogadores esforçados, alguns jogadores que viraram ídolos e fortaleceu cada vez mais meu amor por esse time.
Engraçado que da segunda metade da década de 80 para frente é que voltamos a ter bons goleiros, pois no ínício era: João Marcos, Gilmar, Martorelli, depois tivemos de novo o Leão, daí Zetti, Ivan, Veloso.
Tivemos o Diogo, o Ditinho (que era esforçado), Márcio, Amarildo, Polozzi, Lino, Gerson Caçapa, Edu Manga, Mendonça. Éder, Mirandinha, Edmar, Mário Sérgio, Carlos Alberto Borges, Carlos Alberto Seixas, Esquerdinha, Careca Bianchezzi, Odair, Zanata, Neto, Dario Pereira, Baltazar (o Artilheiro de Deus), Mauricinho, Gaúcho, Edson (depois Edson Boaro), Toninho, Cléo, Rocha, Barbosa, Betinho, Edu Marangon.
Tivemos tranqueiras também absurdas como: Aragonez, Perivaldo, Bandeira, Bizu, Ditinho Souza (a primeira camisa oficial do Palmeiras que ganhei era o número 11, que era dele na época...rs), Hélio, Reinaldo Xavier, Guina, Buião (uma época a dupla de ataque do Palmeiras era Buião e Bizu !!!), Biro, ou seja, sofri muito com esses caras...rs
De técnicos lembro muito do Carbone, Carlos Alberto Silva, Ênio Andrade (que uma vez tentando proteger o Bizu, anunciou como centroavante o Cláudio, nome verdadeiro do Bizu ...rs), Leão, Waldemar Carabina (técnico da época em que o Zetti ficou uma cacetada de minutos sem levar gols no Paulista de 87), Dudu, etc.
Posso dizer que vi parte da primeira e da segunda academia jogar, pois fui ao Canindé ver a despedida do Ademir da Guia:
Vi vários jogos do Luizão Pereira e do Leão, ou seja, grandes ídolos da geração do meu pai e tive o privilégio de vê-los jogar ainda profissionalmente (exceção ao Divino).
Mas, sem dúvida alguma, os meus maiores ídolos dessa primeira fase são:
Jorginho - como craque
E sem esquecer que ele foi quem deu o passe para o Aragão marcar o gol de empate contra o Santos em 1983, lembro desse jogo muito bem, estava no INCOR, onde minha mãe estava internada por conta da primeira cirurgia cardíaca que ela fez e estávamos visitando e eu desci para ouvir o jogo no carro com meu pai ...rs
Wagner Bacharel - como líder
A minha escola como torcedor e admirador de futebol e acima de tudo, apaixonado pelo Verdão, foi a década perdida dos 80 !!
Já são mais de 2 horas escrevendo e não cheguei à era Parmalat em minha vida ...rs ...
TO BE CONTINUED...
Nenhum comentário:
Postar um comentário