terça-feira, 6 de março de 2018

FNAC - fim de uma era ?

Ontem de noite, na saída do trabalho, dei um pulo na FNAC Paulista.

Entrando pela Paulista, tudo normal.

Obviamente fui para a "minha seção", ou seja, de cds. E notei mudanças bem grandes e que também ali perto tinham muitos livros.

Conversando com o um funcionário, o mesmo disse que o segundo andar está sendo devolvido e por isso os livros desceram e que o Franz Café deverá funcionar só até o fim do mês e daí ...adeus segundo andar e bem-vindo ao sinal dos tempos ou ao fim dos tempos.

Lembro que antes da FNAC ali em Pinheiros, havia o Shopping Ática, que foi uma revolução, uma loja gigante, vendendo livros, cds, vídeos, acessórios, etc. Acho que entre o Ática do Jardim Sul e o de Pinheiros devem ter sido uns 4 ou 5 anos, tipo, entre 94/95 até 99, se não me engano. Nessa época a Saraiva veio também com o conceito de Megastore e era o meu mundo, vivia sempre entre Ática, Saraiva, Nuvem Nove, encomendas com meu amigo Lúcio da Zaccara na Cardoso de Almeida.
Daí veio a FNAC, comprando o Ática e ampliando o conceito de Megastore e mantendo a minha alegria.

Bom, voltando aos dias atuais, em julho as operações da FNAC Brasil foram compradas ou assumidas pela Livraria Cultura e desde então você sempre encontra alguém com uniforme da Cultura na FNAC, pelo menos na da Paulista.

E conversando com esse funcionário sobre a questão dos cds e de música, o problema é até mais sério, pois não é só a questão do interesse por música física ter diminuído, o grande problema é que as grandes prensadoras de cd estão fechando e se desinteressando pelo negócio em si, então mesmo que a FNAC/Livraria Cultura se interessem em manter o negócio vivo, o público grande não se interessa mais e as opções de quem comprar estão minguando também.
Acho que isso foi o que mais me assustou. Uma outra coisa que ele comentou é que até mesmo os aparelhos de som estão perdendo espaço na loja. Ou seja ... cada vez mais sem espaço.
E é o que leva a outro questionamento e daí mais profundo: quem consome e como consome música ? E o que é que fica dessa música ? Alguma lembrança ? Alguma marca, do tipo: puta merda, lembro de ter ouvido em tal situação ou tal música me marcou por algo que ocorreu na minha vida ou simplesmente passa para a música seguinte e foda-se ?

E de novo, nessa visita de ontem na FNAC, algo que me assustou. Até o espaço dos livros, antes um santuário nesse tipo de loja está diminuindo de tamanho e de importância. O que vai restar ?

Saí triste de lá, com a sensação de que algo está terminando e algo que tem uma importância enorme em minha vida.




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